A época do Natal tende a elevar o espírito das pessoas de
uma forma especial. É o que chamam "Espírito Natalino". Os homens são
tomados de em um tipo de ternura, onde o amor ao próximo parece ser algo
intrínseco ao ser humano, e isso faz com que se sintam melhores consigo mesmos.
Mas as Escrituras nos dão outra perspectiva do Natal. O Evangelho nos aponta
outro sentido para esse evento histórico, que não eleva os homens até Deus, mas
que na verdade revela que Deus desceu até os homens.
O Natal também nos conta a história do nascimento do Rei
dos reis. Porém, não conforme a ostentação dos reinos da Terra. O Filho de Davi
foi a Belém, sua cidade, para nascer, e não foi recebido por nenhum de seus
habitantes. O que lhe restou foi uma estrebaria, e seu berço foi um cocho. Os
reis da terra são recebidos nesse mundo com honrarias de chefe de Estado,
contudo, o Rei dos Céus e de toda a Terra não foi recebido da mesma maneira. As
boas vindas e os louvores que lhe foram dados vieram de humildes pastores,
instruídos por anjos sobre sua chegada.
O Natal revela que o nascimento de Jesus não foi
acompanhado propriamente de paz e alegria, mas de morte e perseguição. Mesmo
sendo ainda uma pequena criança, frágil e aparentemente inofensiva, Herodes, o
rei dos judeus por arranjo político, temia perder seu trono para ela. A vinda
dos magos até Jerusalém trouxe alvoroço, e um eminente conflito político,
afinal, o verdadeiro Rei do Judeus, o recém-nascido Jesus, e não Herodes, é que
deveria ser adorado. O resultado disso, após frustradas as artimanhas do falso
rei em saber o paradeiro do menino por meio dos magos, foi a morte das crianças
com menos de três anos. Mas nada disso impediu que aquele gentios adorassem o
verdadeiro Rei.
O Natal das Escrituras sempre vai contraria esse chamado
"Espírito Natalino. O nascimento de Jesus aponta para o fato de que os
homens são pecadores, e que nada podem fazer para salvarem a si mesmos ou a
outros. Jesus é o nome dado àquele que veio "Salvar o seu povo do seu
pecado". Ele é o Filho de Deus que se fez homem, para que, pela fé em seu
Nome, os homens fossem feitos filhos de Deus. Um natal que não aponta essa
verdade é apenas um porta-voz da velha mentira da Serpente: Que os homens são
autossuficientes, dignos, e que podem se orgulhar de sua própria bondade e
justiça. Um natal que promove um espírito diferente daquele que testifica o
nosso pecado e a necessidade de salvação no nome de Jesus, não revela o
nascimento mas a morte. O Natal descrito na Bíblia fala de Jesus Cristo, o
Filho de Deus que nasceu conforme as Escrituras, para cumprir o plano redentor
do Pai, Esse Natal exalta Aquele que é digno, e que também é por isso chamado
de "Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz”.
Longe de nós um natal baixo, de homens que se julgam
melhores e mais dignos de atenção que o próprio Filho de Deus. Seja o nosso
Natal Alto e Sublime, de cima, de Deus para a salvação dos homens, pela
mediação única e exclusiva do Senhor Jesus, o Messias prometido. Este é o
verdadeiro Natal, que nos foi entregue segundo os Evangelhos.
E dará à luz um filho e chamarás o seu
nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.