quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O PRESENTE DO NATAL

 


            Todos os anos o Natal é embalado como um presente, com caixa, papéis e laços bem típicos. As trocas de presentes, a ceia e a própria reunião da família caracterizam bem essa data. Mas seria tudo isso apenas mais um costume festivo? Não existiria uma razão maior para essa celebração? Creio que essa “embalagem” do Natal pode nos ajudar a descobrir o que há de mais precioso nesse presente que nos foi dado há tanto tempo.   

Sim, a celebração do nascimento de Jesus é uma ocasião para presentes. O Evangelho de Mateus registrou que os reis magos que visitaram Jesus levaram consigo presentes muito valiosos. E mesmo hoje, continua sendo costume quando visitamos um recém-nascido, ou vamos a uma festa de aniversário, dar presentes: demonstramos desta maneira nossa consideração e carinho pelas pessoas. Mas no caso do Natal, o mais curioso é que o presente mais precioso não foi nenhum daqueles dados pelos magos, nem esses que trocamos hoje. O presente mais valioso é o próprio Senhor Jesus: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Isaías 9.6).  

            Mesmo a ceia por sua vez, que não tem registro na ocasião do nascimento de Jesus, é um tema muito presente em toda sua vida ao longo dos Evangelhos. Ele esteva na ceia do casamento em Caná da Galiléia, foi convidado para jantares por fariseus e publicanos, e quando necessário multiplicou pães e peixes para alimentar milhares de pessoas. Ainda assim, Jesus disse que ele mesmo é o Pão da Vida, que sua carne é a verdadeira comida e seu sangue a verdadeira bebida (João 6. 51,55). Quando Jesus comeu a ceia da Páscoa com seus discípulos, era para o seu sacrifício que aquela refeição apontava. E na promessa de sua volta, nos foi dito que haverá uma ceia do seu casamento com sua Noiva.

            Jesus não nasceu nas melhores condições, mas nasceu sob o cuidado e carinho de seus pais. Maria o recebeu com a missão de ser a mãe do Salvador. José, como seu pai adotivo, recebeu a ordem do anjo de não abandonar Maria grávida, e de dar o nome da criança de Jesus (Mateus 1.20,21). Pela genealogia de Jesus tomamos conhecimento que sua família ao longo da história era marcada por muitos problemas, como qualquer outra sobre a terra. Mesmo com seus irmãos, Jesus enfrentou conflitos. Mas nem por isso ele deixou de ser o Salvador do seu povo. É em Cristo que somos feitos verdadeira família, sob um só Pai (Marcos 3.35).

            Sempre que no Natal nos reunimos como família para ceia e para trocar presentes, devemos nos perguntar: isso é Natal ou só uma festa de fim de ano? O costume pode ser bom, saudável, as vezes cansativo e marcado por contrariedades, mas no final válido. Mas seria só isso? Não haveria um propósito maior? Se não no Natal não celebramos o dom de Deus, o Pão da vida, aquele que nos faz família de Deus, apenas repetimos todos os anos um costume vazio, como um embrulho sem presente. Temos a aparência, mas não temos a essência. Crer no Filho que se nos deu como quem nos salva dos nossos pecados, que ao oferecer-se como sacrifício em nosso lugar, nos faz família de Deus, é a verdadeira razão de ser do Natal. Para isso Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou. Creia nisso e receba o presente da vida eterna.