Todos os anos o Natal é embalado como um presente, com caixa, papéis e laços bem típicos. As trocas de presentes, a ceia e a própria reunião da família caracterizam bem essa data. Mas seria tudo isso apenas mais um costume festivo? Não existiria uma razão maior para essa celebração? Creio que essa “embalagem” do Natal pode nos ajudar a descobrir o que há de mais precioso nesse presente que nos foi dado há tanto tempo.
Sim,
a celebração do nascimento de Jesus é uma ocasião para presentes. O Evangelho
de Mateus registrou que os reis magos que visitaram Jesus levaram consigo presentes
muito valiosos. E mesmo hoje, continua sendo costume quando visitamos um
recém-nascido, ou vamos a uma festa de aniversário, dar presentes: demonstramos
desta maneira nossa consideração e carinho pelas pessoas. Mas no caso do Natal,
o mais curioso é que o presente mais precioso não foi nenhum daqueles dados pelos
magos, nem esses que trocamos hoje. O presente mais valioso é o próprio Senhor
Jesus: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Isaías 9.6).
Mesmo a ceia por sua vez, que não
tem registro na ocasião do nascimento de Jesus, é um tema muito presente em toda
sua vida ao longo dos Evangelhos. Ele esteva na ceia do casamento em Caná da
Galiléia, foi convidado para jantares por fariseus e publicanos, e quando necessário
multiplicou pães e peixes para alimentar milhares de pessoas. Ainda assim, Jesus
disse que ele mesmo é o Pão da Vida, que sua carne é a verdadeira comida e seu
sangue a verdadeira bebida (João 6. 51,55). Quando Jesus comeu a ceia da Páscoa
com seus discípulos, era para o seu sacrifício que aquela refeição apontava. E
na promessa de sua volta, nos foi dito que haverá uma ceia do seu casamento com
sua Noiva.
Jesus não nasceu nas melhores
condições, mas nasceu sob o cuidado e carinho de seus pais. Maria o recebeu com
a missão de ser a mãe do Salvador. José, como seu pai adotivo, recebeu a ordem
do anjo de não abandonar Maria grávida, e de dar o nome da criança de Jesus
(Mateus 1.20,21). Pela genealogia de Jesus tomamos conhecimento que sua família
ao longo da história era marcada por muitos problemas, como qualquer outra
sobre a terra. Mesmo com seus irmãos, Jesus enfrentou conflitos. Mas nem por
isso ele deixou de ser o Salvador do seu povo. É em Cristo que somos feitos
verdadeira família, sob um só Pai (Marcos 3.35).
Sempre que no Natal nos reunimos
como família para ceia e para trocar presentes, devemos nos perguntar: isso é
Natal ou só uma festa de fim de ano? O costume pode ser bom, saudável, as vezes
cansativo e marcado por contrariedades, mas no final válido. Mas seria só isso?
Não haveria um propósito maior? Se não no Natal não celebramos o dom de Deus, o
Pão da vida, aquele que nos faz família de Deus, apenas repetimos todos os anos
um costume vazio, como um embrulho sem presente. Temos a aparência, mas não
temos a essência. Crer no Filho que se nos deu como quem nos salva dos nossos
pecados, que ao oferecer-se como sacrifício em nosso lugar, nos faz família de
Deus, é a verdadeira razão de ser do Natal. Para isso Jesus nasceu, viveu,
morreu e ressuscitou. Creia nisso e receba o presente da vida eterna.