domingo, 12 de abril de 2020

Extra! Extra! Jesus de Nazaré não foi achado no sepulcro!

ELE NÃO ESTÁ AQUI!


Domingo, ao romper da aurora, as mulheres que foram ao encontro do corpo de Jesus para embalsamá-lo, foram tomadas de grande surpresa ao constatarem que Ele não se achava mais em seu túmulo. Estas mulheres seguiram Jesus em seu ministério, e o serviram com seus bens (Lucas 8.2-3). E mesmo em suas últimas horas, correram risco de morte, mas não o abandonaram como a maioria de seus discípulos. José de Arimatéia e Nicodemos já haviam provido lençóis com óleos aromatizados para que o corpo fosse enfaixado (João 19.38-40). Mas foram justamente as mulheres que acompanharam a tudo, até o sepultamento na sexta-feira à tarde, e que por causa do sábado, não podendo embalsamar apropriadamente o corpo do Mestre, deixaram para o fazê-lo no domingo (Lucas 23.49,55- 24.1). Elas foram sozinhas ao sepulcro.
Com uma disposição notável, uma vez que sabiam que a pedra era impossível de ser removida, a não ser por homens (Marcos 16.3), seguiram assim mesmo para sua missão em favor daquele que jazia no túmulo. Mas ao chegarem lá, não só a pedra havia sido removida, mas também dois anjos assentados sobre ela, disseram-lhe que Jesus já não estava mais ali. Lucas registra a fala dos anjos em um tom mais áspero, ainda que não conflitante com os demais relatos. Questionaram a ida das mulheres ao túmulo justamente por pressuporem que elas deveriam saber que Jesus não poderia ser encontrado entre os mortos: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou.
Apesar da nobre intenção daquelas mulheres, o que se revelou ao mesmo tempo foi a sua incredulidade para com as palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição (Lucas 24.5-7). Apesar de procederem melhor que os discípulos, que sequer foram ao túmulo auxiliar na remoção da pedra, tal cuidado com o corpo de Jesus desconsiderava suas palavras. Elas buscavam servir o seu Senhor como a um morto, quando na verdade ele já se achava vivo.
É perceptível como muitas pessoas procedem da mesma maneira como essas mulheres. Ainda que com gestos e atitudes nobres, retratam Jesus meramente como um vulto histórico, ou um espírito de luz, com grandes lições e exemplo de vida para dar. Nessa perspectiva, a ressurreição não faz diferença, posto que o Nazareno entrou para história meramente como um símbolo, como uma inspiração para os homens encontrarem em si o melhor.
Mas a contundente mensagem dos anjos, como no dia do seu nascimento (Lucas 2.10-14), é que algo sobrenatural havia acontecido: “Ele não está aqui, mas ressuscitou”. Essa é a Palavra que faz toda diferença: Ele vive! Ninguém mais precisa temer a morte, pois a morte foi vencida. Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida, pela boca de Chicó, descreve assim a morte:
Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivomorre.
            Pois bem, esse mal outrora irremediável encontrou seu antídoto: O Cristo vivo. E como diz o cântico: “porque Ele vive, posso encarar o amanhã/ porque Ele vive, temor não há”. Nos depararmos com a ressurreição de Jesus muda nossa vida, e, consequentemente, toda nossa agenda. Não vivemos mais em função da morte, mas da viva que é digna de ser vivida. Antes, como as mulheres com seus bálsamos, devíamos apenas nos preparar para a morte, fosse a de outros ou a nossa. Mas com a ressurreição de Jesus, anunciamos e nos preparamos para a vida eterna, pois tragada foi a morte pela vitória (1 Coríntios 15.54). Já não mais vivemos para morrer, pois se com Ele morremos, também com Ele viveremos (Romanos 6.8).
            Assim, anunciamos nesse domingo que a morte de sexta-feira foi, na verdade, a morte da morte. A ressurreição de Jesus é, hoje, o renascimento da vida; da vida em inextinguível que Ele prometeu a todos os que nele creem (João 11.25).  


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