“Então, caindo em si, disse: Quantos
trabalhadores de meu pai tem pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Vou me
levantar, e irei me encontrar com meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o
céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado seu filho, trata-me como um
de seus trabalhadores”. (Lucas 15. 17-19)
A
Parábola do Filho Pródigo é uma das mais conhecidas da Bíblia. Muitas pessoas
se impressionam com esse filho desnaturado que exigiu parte da herança de seu
pai, quando este ainda estava vivo. E como se não bastasse tamanha afronta,
depois de receber o dinheiro, deixou sua casa para trás, seguiu seu próprio
coração para curtir a vida em país distante. Tudo seria apenas uma grande
aventura, mas as coisas não saíram conforme o planejado.
Em
um primeiro momento, enquanto durou o dinheiro, tudo foi festa. Mas tão logo
seus recursos acabaram, também aquele país entrou em crise quando “houve grande
fome”. O rapaz ainda conseguiu trabalho, mas era o pior emprego que um judeu
podia imaginar: cuidar de porcos. Esses animais eram cerimonialmente falando
imundos conforme a sua lei. Mesmo trabalhando com porcos, ele ainda passava
fome, chegando ao ponto de querer comer a comida daqueles animais. A que
ponto chegou o pobre menino rico! Em um dia, vivia na ostentação, no outro,
invejando ração de porco. Porém, foi nessa equação de sua vida que ele chegou a
fórmula de seu verdadeiro tesouro.
Ele
poderia ter dito assim: Eureca! Meu pai é rico, justo e trata muito bem os seus
empegados. Sei que pequei contra Deus e contra meu pai, amando mais o seu
dinheiro que ele mesmo, e que por isso nem mereço mais ser chamado de seu
filho. Mas também sei que sendo justo e bondoso, meu pai irá me aceitar como um
de seus empregados, e então não sentirei falta de pão. Isso é o que chamamos de
arrependimento. Ele não somente reconhece seu pecado, mas, reconhece também,
que voltar para casa de seu pai é o melhor caminho para se trilhar agora. Ele
sabe que apesar do seu grave pecado, de uma forma ou de outra, seu pai o
receberá em sua casa.
Ele
voltou e foi se encontrar com seu pai, e de fato foi perdoado. Não foi tratado
como um empregado, mas recebido de volta em sua casa como o “filho que estava
perdido e foi achado, que estava morto, e reviveu”. Não recebeu só comida, mas
também casa e roupa lavada. Houve festa com muita alegria. Além de rico, justo
e benevolente, aquele pai o amava profundamente. Ele amava seu filho mais do que
o dinheiro desperdiçado. Ele amava aquele filho apesar de todo desprezo que
havia recebido antes.
Essa
parábola não conta a história de um “vida loka” que se arrependeu e achou o
caminho de volta pra casa. Não narra uma aventura que no final termina bem.
Essa parábola conta a história do Deus que é Pai, rico, justo, e ao mesmo tempo
amoroso. Nos fala de um tesouro que não se encontra nas festas, no sexo, na
ostentação, nem em nada desse mundo, mas no Pai que sustenta generosamente até
os que não são seus filhos.
Longe
de Deus existe uma grande fome em nosso coração, que não encontra satisfação em
nada que o mundo oferece. Sobreviver da ração de porcos não é vida, mas comer o
pão dado por Deus, é Vida. Jesus, o Filho de Deus, é o Pão da Vida (João 6.35),
e nele nosso coração é saciado de toda fome. Sem Jesus, estamos perdidos e
mortos, mas nele somos encontrados e ressuscitados. Deixe a comida dos porcos
para trás, e segue até a casa do Pai, onde não há falta de pão. O Caminho
descrito em João 14.6 é verdadeiro. Certamente lá você será tratado como seu
filho.
3 comentários:
Muito bom. E, aguardando um outro texto seu sobre o filho perdido dentro da casa
Boa palavra, amigo. Deus use esse texto para iluminar corações$
Maravilhoso!
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