sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Duas vozes, um só louvor


Benício está me ensinando louvar o nosso Deus em novas circunstâncias. Quando Jesus cita o Salmo 8.2, falando do perfeito louvor que provém de crianças de peito, creio se referir ao choro que para alguns é tão insuportável. De fat0 não é prazeroso escutar choro de criança. Por menor que seja, meu filho é um verdadeiro amplificador. Mas ainda assim, entendo que existe mais por traz desse choro que um simples som irritante. É em meio a tudo isso que tenho aprendido um pouco mais sobre louvor.

O Salmo é usado por Jesus num contexto de resposta aos sacerdotes e escribas do templo que se indignaram por causa das palavras que meninos diziam acerca de Jesus:

E foram ter com ele no templo cegos e coxos, e curou-os.
Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,
E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor? (Mateus 21.14-16)

É irônico o fato de que aqueles homens nunca se indignaram com o que era feito de errado no templo. Os vendilhões usavam aquele espaço há tempos, fazendo dali uma verdadeira feira, e nunca foram sequer repreendidos por isso. Jesus os espulsou e passou a curar. Quando o Senhor fez isso, trouxe prufunda inquietação entre as autoridades do templo, e o louvor dos meninos os fez protestar.

O Salmo oito fala sobre o o poder do Deus criador. A força dEle não provém de cavalos, nem de carros ou do alarido de guerra dos pagãos. Todavia, mesmo o choro de pequeninos é suficiente para suscitar o seu poder. O Deus todo poderoso não necessita da força de ninguém. Ele mesmo é o socorro dos fracos.

Quando vejo meu filho chorando, e sei que quase sempre está querendo mamar, percebo também o quanto somos fracos. Sei que sem os seus pais, sem ninguém por perto, ele choraria até desfalecer. Sem outra pessoa para suprir suas necessidades ele morreria. Assim nós, sem Deus, estamos mortos. É como cantamos "a força do homem nada faz/ sozinho está perdido". E não podermos clamar por outro nome senão o de Jesus. Aqueles meninos exaltavam o nome de Jesus, o Filho de Davi, pois somente nEle há força. Mesmo crianças pareciam compreender isso, ao passo que os sacerdotes e escribas não. Aqueles meninos eram a exegese viva da passagem que Jesus menciona.

Sempre que meu filho chora, e o tenho nos meus braços, lembro-me de cantar louvores a Deus. O choro dele e minha voz desafinada tornam-se um só louvor. Sei que assim como ele precisa de leite, eu preciso da graça de Jesus, e que somente nEle tenho socorro em minhas aflições. Espero que o Benício aprenda desde cedo essa lição, sabendo que sua maior necessidade é da graça do Filho de Davi. A Ele pois toda glória!