domingo, 20 de abril de 2014

Jesus não se encontra entre os mortos


As mulheres que foram ao encontro do corpo de Jesus para embalsamá-lo após sua morte se depararam com uma grande surpresa: Ele não estava mais em seu túmulo. Estas mulheres, seguidoras de Jesus e que serviam seu ministério com seus bens (Lucas 8.2-3), não o abandonaram em suas últimas horas, como a maioria de seus discípulos, sendo João a exceção. Elas acompanharam a tudo, até o seu sepultamento na sexta-feira a tarde, e guardaram o sábado para no domingo muito cedo ir terminar o serviço de preparação de seu corpo (Lucas 23.49,55- 24.1). José de Arimatéia e Nicodemos já haviam provido lençóis com óleos aromatizados (João 19.38-40), mas provavelmente não houve tempo para que o corpo fosse preparado para abrandar o processo de decomposição. Por isso, muito cedo, e sozinhas, essas mulheres foram ao sepulcro.
A disposição delas é notável, uma vez que sabiam que a pedra era pesada, e que não poderia ser removida se não por homens (Marcos 16.3), mas ainda assim seguiram sua missão para com seu Mestre que lhes parecia estar morto. Ao chegarem lá, não só a pedra estava removida, mas também dois anjos estavam sobre ela, e o corpo já não se encontrava mais ali. Lucas registra a fala dos anjos em um tom mais áspero, ainda que não conflitante com os demais relatos. Eles questionaram a ida daquelas mulheres ao túmulo justamente por pressuporem que elas deveriam saber que Jesus não poderia ser encontrado entre os mortos: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não esta aqui, mas ressuscitou.
De fato, a intenção daquelas mulheres era altamente nobre, mas revelava ao mesmo tempo sua incredulidade para com as palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição (Lucas 24.5-7). Em uma aspecto prático, elas ainda estavam melhor que os discípulos, que sequer foram ao túmulo auxiliar na remoção da pedra. Mas mesmo assim elas buscavam agora servir a Jesus como a um morto, quando na verdade ele estava já vivo.
Muitas pessoas tem uma visão semelhante de Jesus, como se ainda estivesse entre os mortos. Fala-se nele como um vulto histórico, alguém de grande impacto por suas lições e exemplo de vida, mas que, ainda assim, em nada interfere pessoalmente em nossas vidas hoje. Jesus nessa perspectiva não ressuscitou de fato, mas entrou para história como um símbolo, estaria vivo tão somente naquilo que se pode apreender de sua passagem por esta vida.
Mas as palavras contundentes dos anjos nos dizem que ele não podia ser encontrado entre os mortos, que ele não estava ali: ele ressuscitou! Cremos nisso porque a sua própria Palavra assim já havia predito. Cremos assim porque Ele é Deus, e tem todo poder para vencer a morte. Cremos assim porque Ele é a própria Vida, e por isso não podia ser contido pela morte (Atos 2.24).
Ele ressuscitou de fato, não como um símbolo. Considerá-lo assim seria o mesmo que dizer que a mensagem cristã é um grande embuste histórico. Ele ressuscitou fisicamente, e esteve diante das mulheres que o seguiam, dos apóstolos, seus discípulos e Paulo (1 Coríntios 14.4-8). Sua ressurreição é a nossa esperança sobre a morte, pois se não tivesse ressuscitado de verdade, viveríamos não somente na mentira, mas ainda na morte. Somente os que ainda estão mortos na incredulidade, buscam a Jesus entre os mortos. Aqueles que dele receberam Vida Eterna, creem que Ele ressuscitou, e que vive para sempre.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Páscoa de Jesus


A Páscoa dos Israelitas foi a sua libertação da escravidão no Egito (Êxodo 12.11,26-27). Os cordeiros sacrificados naquela ocasião proveram o sangue para as famílias de Israel como sinal, para que o SENHOR quando passasse por suas casas não os ferisse de morte como às famílias egípcias. Desta sorte, a Páscoa para Israel era vida nova, uma nação livre, enquanto que para os cordeiros ali, foi a morte.
Sabemos que Jesus é o Cordeiro de Deus, o Cordeiro Pascal. Sua Páscoa foi sofrimento, traição, abandono e condenação à morte. Ele não foi vítima das circunstancias, pois sabia desde o princípio todas estas coisas (Lucas 9.44; 22.22; João 6.64,70-71). Ele entregou a sua própria vida, pois ela não podia ser tirada dele (João 10.17-18).
Mas este sacrifício não foi recebido com gratidão ou olhos benevolentes. A Páscoa de Jesus foi o amargo gosto do desprezo e escárnio, quando na cruz foi instigado a provar que era o Filho de Deus (Mateus 27.39-44). Satanás já havia proposto algo semelhante quando lhe disse para transformar pedras em pães no deserto (Lucas 4.3).  Aos olhos do povo, a prova de que aquele homem na cruz era o Filho de Deus seria justamente se ele abandonasse a cruz. Certamente não o poderia fazer de maneira natural, uma vez que estava pregado no madeiro por pregos que traspassavam suas mãos e pés, e também havia sido torturado, estava exausto. Mas em conformidade com a compreensão que tinham do que seria ser "Filho de Deus", Jesus deveria de alguma maneira extraordinária sair daquele estado humilhante.
Porque Jesus é o Filho de Deus, o Cordeiro Pascal, é que não desceu da cruz. Sim, ele tinha poder para tanto, uma vez que afirmou ter autoridade sobre os anjos para não ser entregue aos homens (Mateus 26.53). Mas se assim o fizesse, como cumpriria o que a seu respeito estava escrito (Mateus 26.54)?
Seu poder se revelou ali de maneira infinitamente maior, pois sair da cruz era relativamente fácil, mas suportá-la, o que na verdade era suportar a ira de Deus, por nossa causa, revela um poder que só ele tinha: o de amar até o fim (João 13.1).
A Páscoa de Jesus nos traz o seu Reino e sua Vida. Esta páscoa contraria a expectativa daqueles que acreditam que o poder do Filho de Deus contorna o sofrimento, a humilhação, o desprezo e morte. Somente temos acesso a seu Reino e sua Vida Eterna, se realmente cremos que naquela cruz ele pagou o mais alto preço pelos nossos pecados, o que ninguém mais o poderia fazer. Para que a nossa páscoa hoje seja libertação da escravidão do pecado, e de seu salário - a morte eterna - temos um Único Caminho, e Ele passa pela Cruz do Calvário.