quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009, o ano que não acaba tão cedo.


Faltam poucas horas para o ano de 2010 chegar, mas a nítida impressão que tenho é que mesmo assim 2009 não acabará tão cedo. Pelo menos para mim, ainda vai demorar para entrar o ano novo.

Muitos acontecimentos desse ano ainda estão inconclusos. Há muita coisa nova para o ano de 2010, começando pelo fato de ser uma nova década, do até então novo século. Mas 2009 ainda se arrasta e o ano novo nasce com cara de velho.
Esse ano teremos eleições políticas em nosso país, e Deus sabe se será um continuismo dos últimos 8 anos, ou alguma coisa vai mudar. Nessa última década me formei, comecei meu ministério e me casei. Espero dar mais um passo em meu histórico de vida. Espero que Deus nos conceda um filho ou uma filha em 2010.
O hino 105 diz: Não sei o que de mal ou bem é destinado a mim; se mau ou aureos dias vêem, até da vida ao fim... Mas eu sei em quem tenho crido; e estou bem certo que é poderoso; guardará pois o meu tesouro até o dia final.

Espero que o quanto antes, 2010 se torne um ano novo. E que Deus me conceda novidade de vida.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Menino baiano e as Agulhas das Religiões Afrobrasilieras




O recente caso do menino no interior da Bahia, que em seu corpo teve mais de 40 agulhas aplicadas traz a luz uma séria questão relacionada as religiões chamadas afrobrasileiras. Segundo confissão do ex-padrasto do menino, Roberto Carlos Magalhães, ele e outras duas mulheres aplicaram as agulhas em ato de retaliação a mãe do menino durante um ritual de magina negra.

Os motivos para tamanha barbárie, segundo a reportagem do Jornal Hoje, seria para que o ex-padrasto ficasse com uma das mulheres envolvidas no ritual, Angelina Ribeiro dos Santos, e também vingar-se da mãe do menino. Tudo teria sido supervisionado por uma mãe de santo, Maria do Anjos Nascimento. O menino, corre sério risco de morte.

Não precisa ser detetive para chegar a algumas conclusões simples. Desde que tomei conhecimento da história suspeitei de magia negra, tendo em vista a natureza do crime e o estado local onde aconteceu. É de conhecimento geral da nação que a Bahia é um estado onde as religiões de origem africanas tem grande proeminência. Não quero dizer com isso que a Bahia é o único lugar no país onde se encotra isso, ou que por isso é um lugar pior.

O Jornal Hoje de ontem (17/12/2009), no fim da matéria, fez menção de que um pai de santo e uma antropóloga, sem dizer seus nomes, afirmaram na redação do jornal que desconhecem rituais como o das agulhas, ou com sacrificio humano em religiões afrobrasilieras. Creio eu que se disseram isso com sinceridade, eles é que desconhecem as religiões animistas oriundas da África.

Há muitos anos atrás, o falecido Rev. Cabral disse assim um pastor folgado, que sempre tinha uma desculpa esfarrapada para chegar atrazado na reunião do presbitério: O senhor acha que somos bobos ou palhaços. Pois bem, diante de tais declarações finais, podemos dizer o mesmo ao Jornal Hoje.

Quem não sabe que as religiões afrobrasileiras se prestam aos mais variados tipos de feitiços para prejudicar pessoas? Alguns para separar pessoas, outros para unir, e ainda para tirar vidas. Se assim não fosse, qual o sentido de um despacho oferecido aos demônios, chamados de entidades? É sabido no mundo todo, que na Africa e no Haiti, lugares de maior concentração das religiões animistas, rituais são feitos com sacrificios de animais e até de pessoas. Se os pais e mães de santo que têm a sua mais alta patente aqui no Brasil e que saem para fazer a cabeça na Africa e no Haiti não trazem pra Umbanda, Quimbanda e pro Candomblé esse tipo de expediente, o que eles vão fazer lá?

As religiões animistas acreditam que as entidades são forças da natureza, com personalidade. Os feitiços são maneiras de se comprar o auxílios desses seres que servirão ao propósito de quem os arregimentou. A manipulação do sobrenatural em benefício próprio sempre é marcado por egoísmo e crueldade. Afirmar que tudo isso não passa de cultura, que não há atos de crueldade, de sacrifício, seja de animais ou pessoas, e contar com a ignorância de pessoas que aceitam tudo o que se diz. Por que será que a antropóloga e o pai de santo "consultados" pela redação do JH não quiseram se identificar? Será eles realmente existem, ou são abstrações do jornal para tentar esconder o óbvio. O que é incomodo em rede nacional, é que rituais praticados por pais e mães de santo põe em risco os filhos alheios.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Qual o problema com os rótulos?



Muitas pessoas não gostam de ser "rotuladas". Como se fossem livres de qualquer identidade social ou influencia filosófica, essas pessoas supostamente não rotuláveis acreditam encontrar-se a parte de qualquer grupo previamente reconhecido. Pessoalmente questiono esse tipo de postura incógnita.


Entendo por rótulos toda e qualquer definição maior que o indivíduo assim identificado, e que o relaciona a outra pessoa ou a um grupo, e conseqüentemente, a uma linha de pensamento sustentada por outros. A meu ver o rótulo serve como um atalho na identificação filosófica da pessoa. Não se trata de uma completa definição de alguém (o que considero impossível em uma palavra), mas parte do que se pode atribuir a um indivíduo quanto à postura, comportamento ou conceitos.


Um rótulo em tese deve facilitar um diálogo adiantam o tempo que seria gasto em explicações acerca dos posicionamentos em debate. Sem contar que através dos rótulos podemos usar de uma clareza maior, o que torna um debate mais leal entre as partes, não dando ocasião a subterfúgios ou dissimulações. A pessoa assume quem e o que crê.


Às vezes fico pensando a respeito dos que se acham "inrrotuláveis". O que eles devem achar de si? Tenho algumas teorias diversas. Inicialmente sou da opinião de que existe um grande orgulho que não lhes permite associarem-se posicionamentos pré-estabelecidos. É como se a pessoa não pudesse deixar de ser conhecida pelo próprio nome, como se sua máxima referência foi si mesmo. Esse orgulho é um grande complexo de originalidade, uma enganosa concepção de independência de si para com o resto do mundo. Vivemos numa certa altura da história, onde ser original é bem improvável. Idéias, filosofias, concepções, modelos e estruturas já estão bem definidas, e as que surgem nunca são livres de influências ou referências. Portanto, porque um indivíduo se acharia acima de toda ou a parte de toda e qualquer nomenclatura? Só um ego maior que o mundo poderia imaginar-se tão original.


Existe ainda uma questão de sinceridade e coragem. Uma pessoa que foge de um rótulo tem passe livre para migrar e posicionar-se de acordo com a conveniência. Geralmente usamos o termo "político" para esse tipo. Os políticos brasileiros servem de paradigma nesse caso dado a constante mudança de partidos e posicionamentos. Não digo que mudar seja um crime, mas quando tais mudanças são constantes e contraditórias, é perceptível que se trata de conveniências e nunca de convicções. Coragem deve respaldar-se na convicção sobre algo, e a sinceridade leva o individuo a posicionar-se abertamente para quais quer que sejam as ofensivas contrárias. Nesse caso não há como escorregar e moldar-se ao pensamento ou a estrutura dominante: paga-se o preço por aquilo que se acredita.


Uma última teoria é irmã da segunda: a pura falta de convicção. Nesse caso o fator não se dá por desonestidade, mas por deficiência intelectual mesmo. Algumas pessoas julgam desnecessário qualquer convicção pessoal, e posicionam-se a parte de qualquer orientação que demande de estudo e profundidade. Eles realmente não acreditam no valor de um conceito, e afirmam com isso que qualquer definição pré-via é sinal de arrogância. Na prática isso subsídio para o famoso "não julgar". Admiti-se que cada um tem sua linha de pensamento, mas que isso não pode ser objeto de discussão. É a "verdade" de cada um, que no fim não pode ser apresentada de forma objetiva para que ninguém se sinta julgado ou inquirido a responder.


Creio que todos estes rótulos para os não rotuláveis podem acontecer individualmente, ou com maior ou menor ascensão de cada um. O orgulho, a covardia e a ignorância são rótulos dos não rotuláveis. Eles desprezam por um motivo ou por outro o que é corrente. Note que não estou dizendo que todo pensamento pré-elaborado é válido, e que não deve existir uma identidade pessoal construída com esforço próprio. Mas creio que somos marcados historicamente pelos que vieram antes, e que deles herdamos pelo menos a base de nossas proposições. Citá-los ou nos identificarmos com os que vieram antes não pode ser motivo de vergonha. É fato também que não podemos nos anular em razão de qualquer pensamento ou vulto histórico, como papagaios de pirata. Mas relativamente falando, um bom papagaio de pirata ainda é melhor do que uma lata genérica de idéias. Da mesma sorte devo acrescentar que tornar um rótulo motivo de orgulho, e anular-se em razão do mesmo, não acrescenta nada para o enriquecimento das idéias. O rótulo deixa de ser um atalho e se torna um disfarce para a fraqueza de quem não é solido em suas idéias, e vale-se exclusivamente do que é alheio.


Sinto-me (bem) acompanhado por Charles Spurgeon quando nos diz:
Alguns sobre o pretexto de serem ensinados pelo Espírito de Deus, se recusam a ser instruídos por livros ou por homens vivos. Isso não é honrar ao Espírito de Deus. É um desrespeito para com Ele, pois Ele dá a alguns dos seus servos mais luz que a outros - e é óbvio que Ele o faz - então eles têm obrigação de dar essa luz a outros, e a usá-la para o bem da igreja. Mas se a outra parte da igreja se recusa a usar essa luz, com que finalidade o Espírito de Deus a daria? Isso implicaria que existe um erro em alguma parte da economia dos dons e das graças de Deus, que é administrado pelo Espírito Santo.


Sendo assim, resistir ao chamado rótulo, é resistir a outro nome que tenha maior destaque que o seu. É não admitir a relevância que outros têm ao longo da história. É não querer comprometer-se, ou entender que qualquer definição maior a qual se engaja é altivez. Tudo isso é inútil, pois ainda que não sejam conceitos filosóficos ou estruturais, o orgulho, a covardia e o anti-intelectualismo são rótulos do caráter. É melhor admitir rótulos sobre as idéias que ser rotulado por motivos que não se pode debater, mas apenas lamentar.