segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Tropeços Mortais


O efeito devastador que escândalos podem causar nas igrejas e sociedade, pode ser comparado aos mortos em um guerra, e as mortes de crianças abortadas criminosamente. Por escândalos aqui, me refiro aos de dois tipos: morais e teológicos.
O escândalo moral, que geralmente se dá em áreas de ordem sexual, financeira e ainda vícios socialmente condenáveis, pode ter o mesmo efeito midiático de uma guerra. Ou seja, sua repercussão é maior, mais detalhada, e de um impacto mais intenso nas pessoas. Mas, não minimizando os horrores de uma guerra, ou desprezando sua malignidade, podemos dizer que os estragos ainda são menores se comparados aos números do aborto.
Falando em números, podemos tomar o parâmetro da Segunda Guerra Mundial, onde cerca de 60 milhões de pessoas foram mortas. A Segunda Guerra durou de 1939 a 1945, ou seja, 6 anos praticamente. O número de abortos por anos gira em torno de 46 a 55 milhões todos os anos. Em outras palavras, quase uma Segunda Guerra Mundial todos os anos em crianças mortas. Mais uma vez quero dizer que não estou desqualificando uma atrocidade em razão da outra, mas apenas demonstrar que apesar da gama das mortes  silenciosas de bebês, a visibilidade daquelas ocorridas em guerras é muito maior. Poderíamos discorres sobre os horrores de ambos os tipos de genocídios, mas não é esse o meu foco aqui.
Quero apenas demonstrar que os escândalos de ordem moral têm proeminência em sua repercussão, na atenção dispensada pela maioria. Seus efeitos são mais facilmente percebidos, e por isso podem causar maior impacto. A palavra  "escândalo" significa literalmente tropeçar em uma pedra, cair por sua causa. Um escândalo moral tem o poder de tornar mais evidente uma queda individual ou coletiva. Tanto o que praticou alguma imoralidade, quanto os que por causa desse ato de outrem, abandonaram a fé.
Mas o escândalo teológica, o abandono da ortodoxia em razão de ensinos e práticas heréticas, é como um veneno que mata aos pouco, silenciosamente. Apesar de estar estampado na cara de muitas denominações, publicado e proclamado por seus proprietários e falsos profetas, nada disso causa tanto impacto. O silêncio ao qual me refiro não é o de seus emissários, os quais tem o microfone nas mãos. Falo a respeito de serem poucas as vozes de contestação a mentira proferida de maneira perversa. Falo do consentimento dos que discordam, mas acham que se trata de um mal menor. Uma coisa não deveria sobrepor a outra, ambas precisam ser tratadas com firmeza bíblica. Tanto o jovem que adulterou com a madrasta (1 Coríntios 5.1-5), quanto os falsos mestres judaizantes (Gálatas 1.8), são tratados com dureza por Paulo.  
De uma forma ou de outra, pessoas mortas espiritualmente são segregadas da Verdade pelos escândalos. Sei que da parte de Deus, soberanamente aqueles que se escandalizam e abandonam a fé (no sentido da verdade bíblica revelada), é porque nunca foram crentes de fato (Hebreus 10.38, 39), nunca foram regenerados pelo Espírito para verem o Reino (João 3.3). Mas, de outra sorte, apesar de serem inevitáveis os escândalos, pesa sobre os que o produzem um ai terrível (Lucas 17.1,2). Devemos nos ater para ambos os escândalos com o entendimento de que são mortais, e igualmente intoleráveis. Não me refiro com isso a ideia de que são imperdoáveis - Deus pode restaurar o faltoso tanto de uma fraqueza quanto da outra - mas que não podemos nunca ser condescendentes com o pecado, seja na carne ou nas palavras.                 

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