sábado, 12 de janeiro de 2013

A Simplicidade do Poder de Deus


Creio que a maioria das pessoas conhecem a história do general assírio Naamã, descrita em 2 Reis 5. A cura de Naamã talvez seja um dos milagres mais famosos realizados por Eliseu. O próprio Senhor Jesus o menciona no Evangelho de Lucas. Sem dúvida, muitos pontos podem ser observados neste texto, mas gostaria de específicamente me focar nos versículos 9-14, e falar sobre a simplicidade que se pode encontrar na Palavra de Deus.

Naamã, que obviamente creu no que disse a sua jovem escrava, de que em Israel havia um homem de Deus que podia curá-lo, e agora estava na porta da casa do profeta para ser ali restaurado de sua lepra. O que se sucede antes de sua cura, é algo curioso, visto que demonstra que a fé de Naamã, ainda que convicta de que seria curado, não é ainda uma fé verdadeira, depositada na Palavra de Deus.

De fato, Eliseu não foi de todo receptivo para com o estrangeiro, tão somente enviou seu mensageiro para dizer-lhe que simplesmente se lavasse sete vezes no rio Jordão. Isso trouxe ira ao coração do assírio, pois não correspondia ao modus operandi que tinha em mente sobre o seu restabelecimento.
O general, certamente em seu paganismo, descreve sua espectativa como algo extravagante, teatral, estraordinário. Mas foi frustrado por uma ordem simples. Até mesmo seu patriotismo surgem quando compara os rios da Assíria com o Jordão, que diga-se de passagem, não era tão limpo. O texto nos faz pensar que ele já estava disposto a voltar para sua terra, remoendo sua indignação, quando foi convencido por seus subordinados que algo tão simples de se fazer não podia ser descartado, uma vez que algo mais difícil ele o faria.

O relato nos diz que ele fez consoante a palavra do homem de Deus e foi curidado de maneira estraordinária. Pois bem, dois pontos desejo ressaltar sobre essa cura. Creio que Naamã, como afirmei acima, não era um homem crente verdadeiro. Que apesar de ter sido instrumento de Deus para juízo sobre Israel, e ter acreditado nas palavras de sua escrava israelita sobre a cura pelo profeta, isso não fazia dele uma pessoa salva. Penso que conforme o texto descreve posteriormente, ele se converte ao Deus verdadeiro (v.15-19). Mas os pontos nessa passagem dentro do texto que desejo acentuar, podem dizer respeito tanto a crentes, como certamente refletem os incrédulos.

Aquele homem era simplesmente um pagão superticioso, que pela descrição que faz do processo que esperava em sua cura, imaginava que o Deus de Israel era simplesmente mais um dentro muitos, e que o profeta não passava de mais um curandeiro. Ele não duvidava do que esse Deus israelita podia fazer, ele apenas não sabia que Ele é o único. Sua mentalidade animista concebia um ritual voltado para si, ondo um deus invocado (domesticado) atenderia ao profeta e o curaria. Nada mais antropocêntrico do que esse domínio sobre uma divindade.

Mas ele foi frustrado a começar pelo fato de que o profeta não necessariamente o recebe, mas apenas dá ordens sobre o que deve fazer. Sendo estrangeiro em Israel, ele é colocado em seu devido lugar, apesar de politicamente estar em vantagem sobre Israel. Podiam ser mais ricos, e possuir rios mais limpos e aprazíveis aos olhos, mas em Israel havia profeta (v.8). Talvez além de sua jactância patriótica sobre os rios, também imaginava que neles haviam propriedade mágicas - talvez.

De qualquer forma, essa soberba é visível nos ímpios por vezes quando “buscam a Deus”. Quando rogam seu poder, mas que se acham e posição de domínio, e em condições vantajosas como o assírio pensava. Isso não é fé, mas apenas supertição. E ainda que Deus responda misericordiosamente alguma petição feita nessas condições, isso não significa salvação. Em João encontramos Jesus fazendo sinais a homens, o que necessariamente não eram acompanhados de fé verdadeira da parte destes (2.23-25; 6.24-27).

É triste é perceber que alguns que são (ou se dizem) crentes, imaginam que podem realmente determinar como Deus deve fazer algo. Começando pelo fato de achar que Deus sempre precisa curar, o que o próprio Senhor Jesus desemente quando menciona essa passagem em Lucas 4.27. A questão não está na fé de Naamã, mas na graça demonstrada para com ele, homem ímpio e egocêntrico. Jesus está justamente afirmando que a graça de Deus alcançoou até mesmo um estrangeiro pagão, o que deveria despir qualquer judeu de sua soberba nacionalista.

O que observo em seguida nessa passagem, obviamente relacionado a tudo isso, é que o sinal foi consoante a Palavra de Deus dada pelo profeta. Havia profeta em Israel, e isso não exalta a pessoa de Eliseu em si, mas ao fato de que Deus escolheu se revelar por intermédio daquele povo. Um povo naquele momento dominado pelos assírios, quebrado em suas forças humanas, mas ainda assim eleitos de Deus. Devemos nos ater a nossa humilde condição como "povo eleito" (1 Coríntios 1.26-29), e nunca sucumbir a soberba. É curioso ainda como Deus usa subalternos de Naamã para o convencerem pela lógica. Em outras palavras, já chegamos até aqui, o que custa submeter-se a algo tão simples. Se fosse algo extravagante ainda assim seria acatado, quanto mais alguns simples mergulhos. Devemos assim também ouvir o que é sensato, ainda que venha de alguém possa ser considerado mais simples.

Não se tratava de uma simpatia, nem de água milagrosa do Jordão como os saltimbancos da fé prometem na TV hoje em dia. Tratava-se do que Deus revelava ali a respeito de si, e que Naamã compreendeu claramente quando foi curado (v.15). Era a Palavra que o estava reestabelecendo, regenerando sua carne. É Deus quem pode remover a lepra não só da carne, mas também do coração, como nenhum outro deus o pode fazer. O instrumento para tanto é sua Palavra, que dada aos profetas, têm o poder de salvar. A importância do sinal está naquilo para onde aponta, e que sempre nas Escrituras é revelar o verdadeiro Deus. Nisto consiste nossa salvação, não meramente nas benecesses que podemos receber, como cura, ou a vitória em uma guerra, mas no fato de crermos no Deus criador e salvador.

Uma pessoa crente não pode perder de vista isso, que a Palavra é o instrumento de Deus para nossa salvação. E que esta palavra é simples (2 Coríntios 11.3). O evangelho é estremamente simples, pois nos fala de Deus que se fez homem, que em tudo foi obediente ao Pai, e que morreu na cruz em nosso lugar. Que Ele ainda ressuscitou e nos chama a crer nEle. É simples assim. Em nossa vida cristã, somos chamados a simplicidade pela leitura bíblica, a oração e a comunhão com os irmãos. O que há de tão difícil nisso? Apenas a dureza do nosso coração, como a de Naamã, que desejava sua cura por seus próprios métodos antropocêntricos. Somos chamados ao que é simples, que não depende de nós mesmos. Se fosse algo difícil, como muitos acreditam e o fazem, de nada adiantaria, pois fora da Palavra somos estrangeiros, estranhos a Promessa (Efésios 212).

Assim, a simplicidade do evangelho nos é apresentada pelo Filho do Homem, aquele que não somente era profeta, mas também a própria Palavra de Deus encarnada. Desta sorte, somos chamados a nos humilhar em obediência a Ele, para o que é simples, mas ao mesmo tempo, poderoso para nos salvar e restaurar-nos para sempre.

Um comentário:

ROQUE JR disse...

O PIOR É QUE ESSES CARAS APARECEM D+ NA TV.

DIDIR MACEDO
ZACARIAS MALAFAIA
WALDOMIRO MUSSUM SANTIAGO
DEDÉ R.R SOAREZ.

ATT- ROQUE JUNIOR