quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vítima de nós mesmos... ou, o "Viticismo"


Nao sei se já falei sobre isso nesse blog, se sim, vamos lá outra vez: As vítimas que vitimizam os outros. Algumas pessoas, passando-se por vítimas, tornam outras pessoas também suas vítimas com defesas que são verdadeiros ataques. Passando-se por coitados, lançam a razão de suas mazelas sobre outras pessoas que de alguma forma podem ou não estar relacionadas a elas. Onde quero chegar com tudo isso?
Tenho acompanhado uma novela virtual que me fez pensar em tudo isso. Imagine um pastor que foi desligado do campo onde estava por razões que cabem ao seu presbitério, e que por esse motivo se sente vítima do "sistema de homens que querem tão somente prejudica-lo". Em um site de relacionamento o indivíduo torna-se uma metralhadora giratória, lançando ataques e ameaças contra a IPB, seus concílios e pastores. Sobre esse cenários, consideremos duas possibilidades.
A primeira é que o pastor não estava a altura para o trabalho, sendo por justa causa despesado do campo. Essa seria uma excelente oportunidade de reavaliar seu ministério, onde errou, no que precisa melhorar e acertar, ou se realmente é vocacionado. É uma oportunidade de autocrítica, e de reconhecermos que nem sempre (e muitas vezes) podemos estar aquém do que o ministério pastoral exige de nós. É melhor sofrer uma dispensa assim, do que fazer perecer a obra do Reino.
A outra é que a dispensa se dê por motivos injustos. Pode ser o caso de política do conselho ou do presbitério, um puxão de tapete por motivos pessoais, e não pelo mau desempenho do obreiro. Pessoas que sofrem tal injustiça têm nessa situação a oportunidade de se dizerem realmente perseguidas por causa do Reino. Uma vez que o indivíduo desemprenha bem o seu trabalho, e isso é manifestação da graça e do poder do Senhor Jesus, aqueles que se levantam contra ele estão na verdade perseguindo a Cristo (Mateus 5. 10,11; Atos 9.4). E nesse caso, a Palavra nos ensina a orar e bendizer nossos algozes (Mateus 5.44). Devemos nos humilhar como fez Davi ao fugir pelos fundos do palácio e suportar a afronta de Simei (2Sm 16.5-14). Crer que a paga para destes perseguidores pertence a Deus (2Tm 4.14).
O que percebo em ambos os casos, sendo justa ou injusta a dispensa, é que o obreiro pode vir a achar-se dono do campo, e por isso sente-se furtado. Igreja nenhuma é nossa, por mais tempo que estejamos em um lugar, por mais que tenhamos servido ali, tudo é de Cristo (1Co 3.21-23). De uma forma ou de outra, iremos passar, mas em Cristo nosso trabalho nunca é vão (1Co 15.58). Devemos dar-nos por satisfeitos simplesmente por ter tido a oportunidade de servir. E sendo esse o desejo maior do servo, agradar ao seu Senhor, deve seguir e buscar outro campo onde seja útil.
Em meio a tudo isso o nome de Cristo é desonrado. Igrejas sofrem e pessoas são inflamadas pelo ódio. E agora, com a inclusão digital, a maledicência corre à velocidade da banda larga. Um mal que deveria ser pessoal, torna-se uma novela virtual. Que Deus trate daqueles que semeiam contendas, gere em seus corações arrependimento, e console o coração dos injustiçados.

Um comentário:

Robson Santana disse...

Pois é meu caro amigo. Infelizmente foi isso que se tornou. Uma novela escrita, nao por Deus, mas por uma alma totalmente despreparada para o pastoreio de almas amadas. O desequilibrio se tornou tal que cheguei à conclusão que não vale à pena falar nada diretamente ao querido irmão vitimizante. E pena que isso é exposto de forma tal bizarra "à velocidade da banda larga". Oro para que o Senhor cure o coração dele. Restaure seus olhos para ver a beleza da vida, de Deus, do povo de Deus. E que se foi cometido alguma injustiça, que ele aprenda a colocar nas mãos de Deus. Pois "a ira dos homens, nao produz a justiça de Deus". Lamento pelo que tem ocorrido da vida daquela irmão... e nos enredos tenebrosos que ele faz questão de escrever e expor de forma tal banal e gratuita. Abraço, meu amigo!