quarta-feira, 3 de abril de 2013

Entre o RUIM e o PIOR. Ou ainda... O que representa Marco Feliciano e Jean Wyllys?

"... porque os dias são maus." Efésios 5.16b
 Se pudesse acrescentar ou editar textos da Bíblia, como alguns sem nenhum pudor o fazem, diría neste versículo de Efésios que hoje os dias são péssimos. Bem sei que as coisas ainda vão piorar, mas me refiro ao fato que hoje nos dividimos entre o ruim e o péssimo.
O aparente maniqueísmo entre os deputados Marco Feliciano, pastor, dono de igreja própria, e Jean Wyllys, ex-bbb e ativista gay, traz um profundo incomodo para quem busca a verdade e que se fiar por ela em seus posicionamentos. Tenho grande repulsa pela figura dos dois, mas creio que nessa briga de foice no escuro, algumas observações críticas e ponderações precisam ser feitas a respeito de ambos.
Observando primeiro o pastor neopentecostal, posso dizer que em face do que ele prega, que não é nem de longe o evangelho da Cruz, do Cristo que venceu a morte por sua vida e morte, tenho ojeriza ao seu ministério. Não creio que ele seja racista como o acusam, mas um idiota com uma Bíblia na mão. A "exegegue" que ele fez no texto de Gênesis 9.25 não é sinal de ódio aos negros, mas uma leitura completamente desprovida de coerência com os fatos narrados. Canaã, filho de Cão, que foi amaldiçoado por seu avô Noé, nunca seguiu para o continente africano, mas habitou na palestina, lugar para onde os descendentes de Israel foram quando saíram do cativeiro egípcio. Uma simples leitura do texto, e uma noção básica de geografia bíblica é suficiente para enteder isso. Também não penso que ele seja homofóbico, uma vez que nesse quesito ele simplesmente se posiciona contra a união civil gay e considera pecado a prática homossexual. Nesse ponto, penso que caminhamos juntos no que a Bíblia diz. Ele, como um bom pregador neopentecostal que se preze, cobra para pregar nos lugares. Assim como os demais de sua turma, recebem quantias exorbitantes para ensinar as pessoas a ganharem dinheiro as custas de Deus. Não querendo justificar tal prática, mas até onde se sabe, cobrar por serviços religiosos não é crime, pois assim também o fazem outras religiões além dos neopentecostais, tal como a católica, as exotéricas, espíritas e africanas. Na minha opinião isso é pecado, configura a atuação de um falso profeta que serve ao prestígio e interesses de quem paga mais, tal qual Balaão (Números 22.1-21). Mas infelizmente não é pecado apenas de neopentecostais.
Assim, na minha opinião, como pastor, Marco Feliciano é um embuste. Todavia, ainda que eu não separe seus ofícios como pastor e deputado, pois foi eleito para um em nome do outro - para chegar a câmara ele usou de sua plataforma religiosa, de onde deve ter tirado a maioria de seus votos e apoio financeiro para campanha - devemos nos ater ao fato de que toda essa polêmica em torno de seu nome como presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) é orquestrada pelo ódio ao que a Escritura diz a respeito do homossexualismo. É triste e irônico, mas nesse momento, esse homem que pouco conhece e prega as Escrituras esta sendo perseguido por militantes contrário ao que diz a Bíblia.
Voltando-me agora para Jean Wyllys, penso que ele desenvolve o pensamento coerente com sua cosmovisão, ou seja, sendo uma pessoa sexualmente invertida, quer por isso inverter a ordem da sociedade como um todo. Representando um grupo minoritário, quer pela força da mídia fazer calar todo e qualquer pensamento que seja contrário ao seu, ainda que majoritário. Argumentando sofrer preconceito e perseguição, é preconceituoso e persegue seus desafetos políticos. Valendo-se da democracia, quer fazer prevalecer uma ditadura homossexual, onde todos devem aceitar tal prática e conduta como sendo normal. Em suma, trata-se de eu homem que faz papel de mulher, que faz de uma minoria a maioria, e que faz do governo popular um instrumento de ditadura.
Mas, abrindo um parênteses, não se pode atribuir a ele aquilo que não representa. A campanha difamatória feita em redes sociais, que dava conta de uma palavra sua de apoio a pedofilia, é tentar combater o mal com o mal, vencer a mentira a custo da mentira. Não sei qual o parecer de Jean Wyllys sobre a pedofilia nesse exato momento, mas duvidei desde o princípio de que ele teria dito aquilo. Certamente se o tivesse feito, seria uma bomba maior que as palavras mal interpretadas de Feliciano com respeito ao racismo. Acreditar em textos produzidos em redes sociais, e atribuí-los a certas pessoas, é como acreditar no que é dito dos nomes escritos em paredes de banheiros. Somente os covardes, em seu anonimato produzem esse tipo de notícia, e somento pessoas intelectualmente fracas se deixam levar pelo que dizem.
Como disse inicialmente, tenho asco de ambos, e nisso reconheço também o meu pecado contra o qual luto, e rogo a graça de Deus. A Bíblia me ensina algo contrário ao que sinto por eles. Diz que ambos, como governantes, são pessoas ordenadas por Deus a testa do povo, pelas quais eu devo orar e honrar (Romanos 13.1-7; 1 Timóteo 2.1-4). Ainda que pensando de maneira divergente deles em muitos aspectos, entendendo-os como inimigos da Palavra de Deus, cada um a sua maneira, as Escrituras também dizem que devo orar por eles, bendizê-los e não maldizer (Mateus 5.38-48).
É preciso lembrar que Deus é SENHOR do Universo, que governa a história, e que tem o controle de tudo em suas mãos. Sabendo que se nem uma folha cai de um galho sem que seja de sua vontade, devemos crer ainda mais que a existência de pessoas como estes dois, de tantos outros e a nossa, não se dá a parte de seu decreto. Também devemos nos lembrar que Deus nos prova assim, para que se saiba se nosso coração está nele, e não em nós mesmos. A justiça pertence a Deus e não a mim, e por isso não posso tomar pelo lado pessoal como quem milita em causa própria e pela próprias armar. É em nome de Jesus que militamos, e nossas armas são espirituais, isto é, a Palavra de Deus em nós. Não posso por isso dar vazão a angústia diante de homens asssim, tão avessos e invertidos em seus papéis e pensamentos. Devo me lembrar que sou pecador também, e que o único motivo para não ser consumido, é a graça e a misericórdia de Deus em Jesus. É sob este governo que me encontro, daquele que venceu a morte e me ortogou vida, e com ela o ministério da reconciliação (2 Coríntios 5.17-21).
Desta sorte, nem Feliciano e nem Wyllys representam o meu pensamento de mundo, mas representam o governo de Deus sobre a minha vida, me intimando a orar por eles, rogar e demonstrar a mesma compaixão que o Senhor teve para comigo, que sou pecador, a fim de que o nome de Deus seja exaltado como SENHOR e Salvador, e não o meu, ou o deles.

Ps.: A fim de uma visão mais politizada de tudo isso, recomendo o blog de Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja. E em especial esse texto sobre o aspecto macro desta história.

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