Pretendo nesse espaço armazenar minhas pregações dominicais. Não vou postar o sermão na íntegra, mas esboços e comentários objetivos.
Essa é a primeira sobre a última. É a primeira postagem sobre o último sermão dominical de uma série de preleções. Hoje pela graça de Deus encerrei a exposição da Epístola aos Hebreus. Comecei a pregar nessa epístola em outubro de 2007. Esse é o quarto livro que exponho integralmente de maneira seqüencial. Os outros três foram: 2a Epístola de Pedro, e as de Tiago e Judas. Senti-me desafiado a pregar dessa forma em uma aula que assisti no SPBC (Seminário Presbiteriano Brasil Central) um tempo depois de formado. Nela o Rev. Helio afirmava a importância de se pregar em seqüência, seja através da exposição integral de um livro, como também pela exploração de um tema em diversas preleções. Ele também colocou a importância de imprimir nos irmãos o costume de ler a Bíblia de maneira seqüencial, através do exemplo da própria exposição bíblica dominical.
Pois bem, esse domingo nos despedimos de Hebreus. Sinto por não ter criado esse blog antes para que outras passagens pudessem ser registradas. Mas penso que não faltará oportunidade de inserirmos comentários provenientes dessa maravilhosa epístola que tanto exalta a excelência da pessoa e da obra de Jesus Cristo como nosso Sumo Sacerdote.
Nessas linhas finais de Hebreus, o misterioso autor passa de um pedido de oração para uma oração por seus leitores. Logo em seguida ressalta finalmente a importância de que sua palavra de exortação seja suportada. Em um parênteses do tipo “P.S” ele noticia a soltura de Timóteo, e encerra com despedidas e rogando a graça sobre todos os leitores.
O tema que trabalhei foi a Benção de Deus em seus termos. Hoje a palavra benção é doce na boca dos pregadores. Como as grandes lojas de eletrodomésticos, muitas igrejas tem ofertado suas bênçãos pelos mais variados preços. Essas bênçãos, ao contrário da encontrada na Palavra, têm cada vez mais distanciado o povo de Deus em sua santidade e justiça.
Creio que os termos da Benção de Deus encontrados neste texto são: 1) O Autor da Benção; 2) O Mediador da Benção; 3) Os efeitos da Benção sobre nós.
1) Deus de Paz é indiscutivelmente o autor da Benção. Ninguém a não ser ele pode abençoar. O escritor apenas ora pelos seus leitores, mas o sujeito de sua oração é o Deus da paz que pode aperfeiçoá-los. O Deus é de paz no sentido do concerto realizado com o homem mediante seu Filho. Esse é também a paz de Cristo, concedida diferente da que o mundo dá (Jo 14. 27).
2) O Mediador da benção é Jesus Cristo. É então enfatizada a ressurreição, seu perfeito cuidado sobre suas ovelhas, e o poderoso efeito de sua obra. Deus estabeleceu a paz conosco por meio da morte de seu Filho, e a prova disso é que o mesmo ressuscitou dos mortos. Ele é o grande Pastor, que pagando o mais alto preço por nós, não pode perder nem um dos que são seus. Finalmente as duas doutrinas principais dessa epístola são conjugadas na afirmação “pelo sangue da aliança eterna”, que significa que esse Pastor é o mesmo Sumo Sacerdote assentado a direita de Deus Pai, que estabeleceu por seu precioso sangue a Nova e Eterna Aliança (capítulo 8).
3) Somos assim abençoados na medida em que Deus nos aperfeiçoa operando em nós para cumprirmos sua vontade. Assim como fez com seu Filho, cumprindo nele seu propósito, também completará em nós sua obra, de maneira que vivamos pelo bem. Deus nada faz pela metade, e a sua obra que começou em nós ele completará com certeza (Fp. 1.6). Ele opera isso para que cumpramos sua vontade, e rendamos sempre glória a Deus. Ainda podemos considerar efeito da benção de Deus em Cristo, que possamos suportar sua Palavra (O autor relativamente expos de forma resumida, já além do tema tratado existem inúmeros outros a serem expostos). Além disso acrescenta-se que, mesmo passando por tribulações como Timóteo, devemos entender isso como benção e motivos para perseveremos. Por fim, que possamos viver em comunhão com os santos e os líderes que pregam a Palavra de Deus (v. 7, 17). Tudo isso é possível em razão da graça.
Creio que essa Palavra muito tem a nos falar sobre a natureza da benção de Deus, a qual não pode ser conciliada com um mercado da fé, onde as pessoas compram (muitas vezes literalmente) o que acreditam ser o benefício de Deus. A receptividade desses benefícios, como a do prato de lentilhas de Esaú (12.16), pode até matar a fome de artefatos materiais, mas demonstra o quanto se pode estar longe de Deus mesmo que usufruindo de suas dádivas. Nada supera a benção de Deus que é a eterna aliança de paz feita por Ele em seu Filho, o Sumo Sacerdote.
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