quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Importa agradar a Deus. E aos homens?



É desconfortável pensar que não se pode sempre agradar as pessoas. Desagradar é como sentir-se em dívida, deveríamos ter dado, ou prestado algo, e assim não o fizemos. E desagradável sentir-se em dívida, desagradar a outros.
Mas como equacionar o fato também de que a ninguém devemos dever coisa alguma, senão o amor (Rm 13.8)? Como conjugar o amor ao próximo, principalmente aos irmãos, e ao mesmo tempo agradar sempre a Deus?
De fato não podemos agradar as pessoas sempre por alguns motivos naturais. Primeiro que ninguém conhece todos os gostos de todos ao seu redor. E Também ninguém seria capaz de corresponder a todos esses gostos. Somos limitados, e diria também, somos o que somos, e como tais não nos ajustamos a tudo e a todos. Algo sempre vai desagradar o outro.
Mas e quando se trata de algo que decidimos não fazer, conscientemente não agradar? Quando somos conscientemente desagradáveis? Volto a questão anterior: Como conjugar isso ao amor ao outro?
Sabemos que não devemos agradar aos homens em detrimento de Deus. Quando chamados ao Sinédrio, Pedro e João deixaram isso claro as autoridades, quando estas lhes ordenaram não ensinar e nem falar em nome de Jesus (Át. 4.18-20). Quando agradar ao próximo implica em desagradar a Deus, não precisamos ter dúvidas do quanto seremos desagradáveis. Seja por ordem legal, seja em um relacionamento pessoal ou profissional, devemos estar prontos para nos tornarmos persona non grata.
Por outro lado, se realmente considerarmos o amor da perspectiva verdadeira, do prisma de Deus, devemos lembrar que amar não é ser agradável sempre, e ainda mais quando estamos cientes de que os caminhos do outro são caminhos de morte. Não estou dizendo que temos licença para ofender ou atacar, mas que por vezes, quando expressamos a verdade em amor, contra pecado praticado pelo outro, é assim que as pessoas se sentem, atacadas e ofendidas. Estas, se de fato estão em pecado, se esqueceram de que primeiro atacaram e ofenderam a Deus, e que é para o próprio bem delas que estamos acentuando o seu erro.
Não é porque somos perfeitos, ou juízes, mas porque antes de tudo amamos a Deus, e temos zelo pela sua Palavra e o que ela requer de nós. É também porque amamos a outra pessoa, e desejamos que ela esteja em paz com Deus, e sabemos que isso só é possível por meio de Cristo. Por isso confrontamos o pecado com a Palavra, porque ela nos aponta Cristo como imagem perfeita, como devemos ser (Rm 8.29).
Certamente, desagradando tantas pessoas, teremos também a sensação desagradável de nos sentirmos distantes da maioria. Mas se verdadeiramente temos buscados agradar a Deus por meio de sua Palavra, e ela nos incumbe isso, vivamos pela fé de que o que é elevado entre os homens e abominável a Deus (Lucas 16.15).

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