sábado, 19 de maio de 2012

Um deus voyeur

Certamente Pelágio, João Cassiano e Armínio e muitas outras pessoas [curtiram isso].

Assisti hoje o filme "The Adjustment Bureau" (lit. O Escritório de Ajuste) - que no Brasil ficou com o título "Agentes do Destino". Mais uma vez a a intenção é caracterizar o conceito de Livre-Arbítrio como a principal razão do ser humano, ou sua qualidade maior. Contrastado com uma tentativa de controle desastrada de "agentes" (anjos?), o Presidente (Deus?) quer que as pessoas descubram por si como se conduzir, sem a necessidade de sua intervenção soberana. 
A tese é de que a vontade "livre" e o amor do ser humano, uma vez bem executados, podem excluir toda ação soberana de Deus na história. No final das contas, um deus assim não passaria de um voyeur cósmico. O conceito de fé é completamente invertido, uma vez que ao invés de crermos nEle, Ele é quem crê em nós. 
Essa lisonja ao homem nada mais é que a pura arrogância, a soberba ateísta de pensar que Deus pode ser minimizada a um espectador, enquanto que as escolhas humanas tornam-se a personagem central da história. O mais irônico é que tudo é retratado em um filme, cujo roteiro foi adaptado por George Nolfi de um conto de Philip Dick. Certamente um diretor ou escritor se contradizem muito ao sustentarem tais idéias, salvo o caso de apresentá-las como de fato são: apenas uma ficção. 

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