terça-feira, 26 de junho de 2012

Domingo eu preguei: A Comunhão Verdadeira - Salmo 133



Introdução: Por que parece tão mais fácil que tenhamos comunhão com estranhos em certas cituações? Basta observar uma torcida de futebol, ou as amizades cultivadas fora de casa. A comunhão em casa parece sempre mais difícil.

Narrativa: Davi escreve esse salmo mediante as circunstancias que sucederam sua posse como rei. Se por um tempo ele era visto como inimigo por parte do povo, e por isso os irmãos (Israel) encontravam-se divididos, logo a nação se uniu sob seu governo pela providência divina.

Proposição: Tanto Israel como a Igreja hoje sempre enfrentaram uma realidade oposta a esse salmo. Como deveria ser comum e natural dizer que união dos irmaos é boa e favorável. Mas, apesar da afirmação do salmista, a experiência parece sugerir outra realidade. De fato, a falta de comunhão é um problema, em boa parte das famílias, como também em muitas igrejas. O lugar onde se deveria constatar a proximidade das pessoas em amor, compromisso, por vezes deixa a desejar. Isso é uma terrível e triste constatação. Em contrapartida,  existe um forte movimento no sentido de que a Igreja seja mais unida. Que tanto na congregação local, como na denominação e entre as denominações evangélicas, haja comunhão entre os irmãos. Este anelo é legitimo, mas o que nos falta para tanto? E o que podemos fazer nesse sentido? Este salmo extraordinário no fala onde encontramos a Verdadeira Comunhão.
Mas antes de prosseguirmos nesta analise pelo salmo, é preciso definir a idéia de união, ou comunhão na Bíblia:
יחד yachad procedente 1) união, unidade adv 2) junto, ao todo, todos juntos, igualmente.
κοινωνια koinonia 1) fraternidade, associação, comunidade, comunhão, participação conjunta, relação 1a) a parte que alguém tem em algo, participação 1b) relação, comunhão, intimidade 1b1) a mão direita como um sinal e compromisso de comunhão (em cumprimento ao ofício apostólico) 1c) oferta dada por todos, coleta, contribuição, que demonstra compromisso e prova de de comunhão.
Não se trata de mero ajuntamento, ou conformidade em algo, mas um laço que torna algo comum entre nós maior que nós mesmos.

1. Ela vem de cima.
a) Não produzimos comunhão. Por maior que seja nosso esforço, e até com boa intenção, esta não pode ser gerada de nós mesmos. Nos dois casos ela vem de cima, desce sobre a cabeça, e desce sobre o Hermom e sobre Sião.
b) Procede de Deus certamente, pois unção do sacerdote é ordenação divina (Ex. 30.30-32; Lv. 8.12), tanto quanto as chuvas e o orvalho que regam a terra (Dt. 11.11).

2. É para o culto exclusivo para Deus.
a) O óleo derramado sobre Arão, que não desceu para as vestes, mas apenas sobre a cabeça e a barba, enxarcando a gola, nos faz entender que a comunhão ordenada pelo Senhor é para seu culto.
b) O óleo precioso era santo, nenhum outro homem podia recebe-lo a não ser o sacerdote. A comunhão é santa, é para Deus somente.
c) O sacerdote era ordenado para que tivesse outra vez comunhão com Deus, pois ele fazia propiciação dos nossos pecados.
e) Em suma, não podemos ter verdadeira comunhão entre os irmãos fora das ordenanças de culto que Deus o faz, nem fora da comunhão que Deus no traz pelo sacrifício de Jesus.

3. É para serviço e frutificação da Igreja.
a) O orvalho que rega a terra era para mantimento do povo. A despeito da terra árida, não faltava suprimento para os filhos de Israel.
b) Da mesma sorte, em Cristo somos capacitados para servir, como corpo. A despeito de nossas fraquezas, somos fortalecidos no Senhor para toda boa obra ( Jo. 15. 4,5).
c) A comunhão nunca visa interesses egoístas, mas a provisão comum aos irmãos.

4. É para sempre.
a) Não se trata de momentos especiais, ou com prazo de validade. A comunhão verdadeira é para sempre.
b) a benção e a vida em Cristo nos lança para algo que ultrapassa a realidade dos nossos dias, e nos faz visualizar pela fé a comunhão eterna proposta. Por isso, mais do que circunstancias passageiras, o culto e o serviço devem voltar-se para o que é eterno.

Conclusão:
De fato, os nossos pecados se opõe em tudo a comunhão ordenada por Deus. Desde Israel até nossos dias, é o que nos priva de viver mais intensamente essa comunhão. Mas certamente a obra do Senhor não é menor, e a cada dia nos propõe mais e mais comunhão em si, no Corpo. Certamente o sacrifício de Jesus não foi em vão, e em Cristo não é vã toda boa obra. Certamente o que Deus faz dura para sempre, e por isso devemos olhar para a Igreja na certeza de que a comunhão boa e favorável não é enganosa, mas verdadeira.

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