terça-feira, 7 de agosto de 2012

Até quando SENHOR?

"Até quando, SENHOR?"... A pergunta de Isaías no capítulo 6.11 é quase sempre ignorada pela leitura missionária que se dá ao texto. Fala-se muito em "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" e "eis-me aqui, envia-me a mim.". Sei disso porque já fiz esse tipo de ressalva em pregações e peças teatrais encenadas sobre esse texto. A enfase é sempre na ideia do envio, consequentemente a centralidade esta no enviado, e não no SENHOR da seara e sua fala completa.
A palavra final com respeito a pregar de maneira que não entendam é via de regra desprezada, como se não estivesse ali. Após a disposição do profeta, que outrora, em sua imundície de lábios, era inaceitável para a missão, Deus declara as circunstâncias que acompanharão sua pregação. Cegueira, surdez, dureza de toda sorte para que não se convertam. Reconhecer que Deus cega o entendimento de alguns, e ensurdece-lhes os ouvidos para a verdade, seria o mesmo que reconhecer que Deus é soberano em todas as coisas, inclusive em salvar uns e condenar outros. Para aqueles cujos os olhos no texto se voltam para o homem, ao passo que desprezam a Deus, isso é inadmissível.
Quando Isaías diz "Até quando?", somos remetidos a nossa própria fraqueza diante da vontade de Deus. Um suspiro arminiano em nossa alma insiste em esquadrinhar os desígnios daquele que é justo e sábio em tudo o que faz, como se fosse de nossa competência saber tempos ou épocas (Atos 1.6,7). Mesmo assim, graciosamente o SENHOR nos responde que a santa semente permanecerá. Mesmo depois do fogo, a herança eterna esta reservada.
Até quando? Até se cumprirem os desígnios de Deus para com os habitantes da terra, até que a palha seja dispersada, o joio queimado, e o trigo seja recolhido ao celeiro. Esta é a promessa para os eleitos de Deus, que em tudo devem esperar no SENHOR, o mesmo que os chamou.

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