Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos (Efésios 2.4,5) |
Mas amor, meramente amor, não é a resposta. C. S. Lewis já disse que “Deus é amor, mas o amor não é Deus”. Amor não é um ser, uma entidade ou uma substância que pode ser absorvida pelos homens como um tipo de vacina contra todo o mal. À parte de Deus, o amor é um dos maiores males que existe na face da terra. Somente em Cristo é que temos o verdadeiro amor poderoso para resgatar os homens da sua condição de miséria espiritual.
1. Qualquer maneira de amor vale a pena?
a) Paula
e Bebeto é uma música muito bonita de Milton Nascimento, escrita sobre a
separação de um casal de amigos nos anos 70. Mas estética musical à parte, a
questão é que podemos colocar é: qualquer maneira de amar é amor de fato? É
valido e aceitável por simplesmente ser chamado de amor?
b) João
nos diz que existe um amor que não vale a pena, que é inaceitável e proibido
por Deus: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”
(1 João 2.15). Esse amor pelo mundo e suas coisas (concupiscência da carne e
dos olhos, e a soberba da vida – v. 16) é o tipo de amor que não vale a pena
nem o canto.
c) O
que não falta é amor na humanidade. Mas esse amor é tão deteriorado do seu
valor essencial – entregar-se – que sequer é reconhecido assim. As pessoas se
amam antes de tudo, e, consequentemente, amam tudo o que pode lhes trazer
benefícios. Esse amor, quando tem alguma “entrega”, não o faz sem algum “retorno”.
d) É
por conta desse tipo de amor que o mundo se encontra tão minado do que é
verdadeiramente amor. Esse tipo de amor mundano é um amor pobre, miserável, em
todos os sentidos. Mesquinho que volta tudo para si. Somente o amor de Deus é
rico e benevolente de verdade.
2. O
amor que valeu a Pena.
a) Essa
expressão “valer a pena” tão usada, mas pouco refletida, encaixa-se
perfeitamente no amor de Deus. Valer a pena significa compensar o dano, a
perda, a condenação se sofre em razão de um ato. Por isso o amor de Deus é
santo, pois somente ele compensou verdadeiramente o dano que sofreu. Mas vamos
começar a falar sobre esse amor por sua entrega.
b) O
versículo mais conhecido da Bíblia nos diz exatamente isso “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
(João 3.16). O amor de Deus constitui-se basicamente de uma entrega. Ele
entregou seu Filho, seu Unigênito a quem Ele ama. Essa entrega não tinha para
si mesmo nenhum ganho pessoal, nenhum retorno de algo que lhe faltava. Ele
entregou seu Filho para nosso ganho, para ganharmos a Vida Eterna, evitando a
perdição eterna.
c) Em
Efésios 2.4, Paulo também diz a mesma coisa quando nos fala que Deus “sendo
rico em misericórdia, por causa do seu grande amor com que nos amou... nos deu
vida”. Mais uma vez o amor é uma entrega. Primeiro a entrega do Filho, segundo,
e com Ele (nele) a entrega da Vida. O amor de Deus nos deu vida eterna, mas a
que custo? Ao custo da própria vida de seu Filho.
d) Ainda
em João, o próprio Jesus disse “Ninguém
tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus
amigos”
(João 15.13). Mais uma vez o amor é associado a dar, entregar, sem retorno
previsto. E afinal, o que podemos receber em troca de uma vida? Por outro lado:
o que compensa a morte?
3. Deus
é amor.
a) João
(quase sempre ele) nos diz que quem “ama é nascido de Deus e conhece a Deus, pois o amor procede de Deus”
(1 João 4.7). Só conhecemos o amor verdadeiro quando somos achados por esse
amor. Só amamos de verdade, quando descobrimos o grande amor com que Deus nos
amou.
b) Esse
é o amor que transcende sentimentos, ou ações egoístas. Esse é o amor que não
se encontra no mundo. Esse é o amor que vale a pena.
c) O
amor do Pai e do Filho valeu a pena, não foi em vão. Jesus ressuscitou. Esse é
o amor santo, incomparável e maravilhoso. Esse é o amor que nos dá mais do que
o sentido para a vida, nos dá a própria Vida.
Conclusão:
Creio
que devo concordar em parte com a música dos Beatles que diz “tudo que nós
precisamos é amor”. Mas a pergunta é: de que amor estamos falando?
Qualquer outro amor nesse mundo, não
é somente passageiro, é mal. No fim trará mais do que desilusão, traz
destruição.
Precisamos
do amor de Deus, em Cristo, que por nós se entregou, e com Ele, nos deu Vida.
Esse é o amor que também nos faz amar. É aquele que se entrega, e que nos
capacita a fazer o mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário